Direito e Psicanálise
Juventude, Violência e Cultura
A juventude, como experiência de passagem, representa a transição da vida familiar privada para a vida em coletividade. Assim, os jovens, sobretudo no período da adolescência, se despojam das referências e identificações recebidas na família, para irem buscar nos laços horizontais, estabelecidos com outros jovens, e na cultura de seu tempo, as referências simbólicas que os ancorem no mundo. Por isso frequentemente funcionam para a humanidade como um espelho, dando-nos a ver a imagem às avessas do triunfo do progresso civilizatório.
Se uma sociedade vive situações de intensa violência e crueldade, de descrença e desesperança a respeito de conquistas sociais e políticas, os jovens expressam desencanto e depressão, mostrando-se intensamente violentos. Se uma sociedade inviabiliza na coletividade a partilha de ideias, de pactos sociais e culturais sobre o que se passa em sua realidade, reduzindo-se aos pactos narcísicos dos pequenos grupos, a juventude nos dá a ver a intolerância com o que é diferente e novo (…)